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Caminhão híbrido promete revolucionar o transporte fora de estrada

As grandes montadoras têm trabalhado há vários anos em diversas soluções para o transporte de cargas, com emissão zero de poluentes. Em praticamente todo caso, a tecnologia adotada é puramente elétrica, com baterias. E poucas adotam versões com células de combustível de hidrogênio.


Apesar de revolucionárias, essas soluções não podem ser adotadas em algumas operações, especialmente fora de estrada, onde tecnologias mais avançadas não conseguem lidar bem com o dia-a-dia de trabalho pesado.

Chace Barber é um caminhoneiro canadense que atua no transporte de madeira no Colúmbia Britânica, no Canadá, operando quase sempre em rodovias sem pavimentação, com muitas curvas e uma topografia desafiadora. Há seis anos ele decidiu fazer uma pré-reserva para compra de um Tesla Semi, totalmente elétrico. Apesar de avançado, o caminhão não é tão robusto como precisaria ser para o transporte de cargas na região em que ele atua. Então o caminhoneiro teve uma ideia.

Ele tinha um conhecimento básico e resolveu conversar com um amigo, que se tornou parceiro no negócio, Eric Little. Foi assim que nasceu a Edison Motors, na pequena cidade de Merritt.

O nome Edison vem de Thomas Edison, que era rival de Nikola Tesla durante a Batalha das Correntes (elétricas). Você deve conhecer as empresas Nikola e a Tesla, que homenageiam o outro lado da disputa.

Um time pequeno, de apenas seis engenheiros, alguns mecânicos, empresas de transporte de madeira e com consultoria de especialistas, conseguiram o que era praticamente impossível: Construir um caminhão próprio.

Utilizando as redes sociais, Chace Barber conseguiu fazer uma vaquinha online, recebendo doações de mais de 5 mil pessoas do Canadá e Estados Unidos. O valor total arrecadado chegou a US$ 1,5 milhão. 90% das doações vieram justamente de empresas e caminhoneiros que atuam em operações severas.

Com o valor recebido, a empresa construiu seu primeiro caminhão, que não é elétrico, nem diesel. É híbrido. Combina as duas tecnologias para reduzir drasticamente o consumo e obter o máximo de potência e torque de motores elétricos.

O primeiro caminhão usado pela empresa para criação da tecnologia foi um Kenworth fabricado em 1962, que recebeu o apelido de Carl. O caminhão tem um motor Caterpillar, que na verdade funciona como um gerador elétrico, podendo recarregar as baterias em apenas 20 minutos de funcionamento.

Com as baterias “abastecidas”, o caminhão opera em modo 100% elétrico, praticamente sem ruídos, e se a carga das baterias chega a um limite mínimo, o motor diesel é acionado novamente, para a recarga.

Com isso, o caminhão roda 1.000 quilômetros com apenas 120 litros de diesel, fazendo uma média de consumo de 8,3 km/l, até quatro vezes mais econômico do que um modelo que funciona apenas com diesel na mesma operação.

No início do mês de setembro, a empresa apresentou seu segundo caminhão. Topsy (nome de um elefante que foi eletrocutado nos Estados Unidos em 1903). O modelo é um caminhão desenvolvido totalmente pela empresa, sendo cerca de 30% mais caro do que um veículo similar movido a diesel.

Apesar do preço mais alto, a economia no consumo de diesel chega a 70%, reduzindo significativamente o custo total de operação do pesado.

Agora, a empresa trabalha para conseguiu financiamento com grandes empresas, podendo iniciar a produção em escala dos caminhões. Dezenas de transportadoras já se mostraram interessadas, para o uso no transporte de madeira, como betoneira, limpa-neves e com carretas prancha. O valor total necessário para o início da produção é de US$ 5 milhões.

Como os caminhões pesados para operação fora de estrada são produzidos por encomenda, geralmente em quantidades pequenas, a Edison Motors não planeja investir imediatamente em uma enorme linha de montagem, e deve manter um modelo de produção menor, com os veículos sendo fabricados em uma oficina.

Um dos grandes empecilhos para a empresa, que deve consumir boa parte dos investimentos, é a homologação dos caminhões, certificações de segurança e outros, que são exigidos de todos os veículos pelos órgãos responsáveis pela segurança do trânsito no Canadá.

O caminhão próprio da Edison tem duas versões, o L500 e o L750, que recebem essa numeração por conta da potência total, de 500 e 750 kW, ou 670 e 1.005 cavalos, respectivamente.

O motor diesel usado é um Caterpillar C9, de 350 kW de potência, que alimenta as baterias de 280 kWh. A velocidade máxima é limitada a 130 km/h, e o Peso Bruto Total Combinado é de 65 toneladas.

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