Para presidente do Banco Central, fazer intervenção no câmbio teria pouca funcionalidade
CNN | 27/06/2024 às 16:08 | Atualizado 27/06/2024 às 16:53
Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Nova York09/11/2023REUTERS/Brendan McDermid
O real apresentou desvalorização em linha com variáveis que simbolizam o prêmio de risco do Brasil, disse nesta quinta-feira (27) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em entrevista coletiva para comentar o Relatório de Inflação, em São Paulo, Campos Neto disse que fazer intervenção no câmbio nesse cenário teria pouca funcionalidade.
“Como a gente trata o câmbio como flutuante, entendemos que a atuação tem que ser causada por alguma disfuncionalidade pontual, não fazemos intervenção mirando nenhum tipo de nível”, afirmou.
“A gente acredita no princípio da separação entre política monetária e câmbio”, acrescentou Campos Neto, reforçando que o câmbio é flutuante no Brasil.
Por outro lado, Campos Neto afirmou que é “óbvio” que o BC tem que levar em consideração o nível do câmbio em sua política monetária.
Nos últimos dias, o dólar tem oscilando em torno dos R$ 5,50, um valor já bastante acima do parâmetro de R$ 5,30 considerado no último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, quando a taxa Selic foi mantida em 10,50% ao ano.
“Não elaboramos muito sobre possíveis impactos de câmbio (na inflação) por entender que estamos passando por ruídos de curto prazo”, pontuou Campos Neto, ao tratar do pass through (transmissão) da alta do dólar para a inflação.
Conforme o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, também presente à coletiva, o impacto do câmbio no modelo de inflação “mudou bem pouco, de 1,1 para 0,96”.
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