Atualizado em: 18 de março de 2024 às 17:00
JÚNIOR BATISTA
Rede de Pesquisa e Inovação em Energias Renováveis do Ceará (Rede Verdes) desenvolverá estudos voltados principalmente ao Hub de H2V previsto para o Porto do Pecém. Divulgação
Parceria envolve institutos de pesquisa e Porto do Pecém
Com aporte de R$ 38 milhões e diante das oportunidades que vão surgir a partir da instalação do Hub de Hidrogênio Verde no Complexo do Pecém, no Ceará, e o potencial do Estado na produção de energias renováveis, foi lançada a Rede de Pesquisa e Inovação em Energias Renováveis do Ceará (Rede Verdes) – iniciativa pioneira no Estado com objetivo de realizar pesquisas de tecnologia para o setor.
A rede é formada por 100 pesquisadores ligados a 26 unidades de pesquisa (laboratórios) de 14 diferentes instituições e tem garantido US$ 6,5 milhões investidos pelo Banco Mundial e o Fundo de Investimentos Climáticos e R$ 16 milhões através da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap). Os projetos serão voltados a quatro áreas temáticas: energias renováveis, transporte e combustíveis sintéticos, aplicações industriais e hidrogênio verde.
Segundo o presidente do Complexo do Pecém, Hugo Figueirêdo, para aproveitar todas as oportunidades que o hidrogênio verde oferece é preciso estimular a inovação. Por isso, será implantado um Centro de Inovação em Combustíveis Sintéticos Renováveis no Pecém, vislumbrando a possibilidade de produção de produtos com maior valor agregado para os mercados interno e externo.
“Já temos recursos assegurados (…). Além da nossa equipe, trabalhamos com o SENAI Ceará e com a Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), que têm sido fundamentais para a formatação desse equipamento. O convite que eu faço aqui à Rede Verdes é que ela possa participar também dessa concepção”, diz ele.
O hidrogênio é um elemento químico simples, mas bem leve e abundante na terra, que conduz muita energia. Ele libera três vezes mais energia do que a gasolina, por exemplo. E uma reação química do hidrogênio com oxigênio, em combustão, produz eletricidade.
Só que, atualmente, o hidrogênio é utilizado “misturando-se” a combustíveis não limpos, como os fósseis (caso das termelétricas) ou captura de gás carbônico (CO2) – que libera metano (CH4), gás de efeito estufa.
O hidrogênio verde, entretanto, usa energias renováveis para fazer essa “mistura”, como a solar e a eólica. E o Brasil, principalmente na região Nordeste, tem grande potencial para essas energias.
Transição energética
A Rede surgiu a partir de um edital de fomento da Funcap, lançado no ano passado, visando a geração de conhecimento, a formação de recursos humanos qualificados e o desenvolvimento de soluções tecnológicas para uma transição energética sustentável.
“Embora seja um grupo acadêmico, a Rede é uma ação grande, transversal, que envolve muitas instituições, pesquisadores, alunos, mas também as empresas, a indústria. O desafio é converter temas científicos importantes em aplicação para a indústria. Esse não é um desafio simples, mas essa convergência precisa ser uma busca permanente e a Rede é uma experiência que irá proporcionar essa convergência”, afirma Jorge Barbosa Soares, diretor de Inovação da Funcap.
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