
Devido ao alto número de fraudes na mistura do biodiesel, atualmente regulamentado em 14%, no diesel vendido nos postos, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) fez um pedido à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para suspender a mistura obrigatória por 90 dias.
O movimento visa atuar contra o alto número de fraudes que acontecem na mistura, até que a ANP tenha mais condições de fiscalizar o diesel vendido aos consumidores.
De acordo com levantamentos realizados pelas empresas distribuidoras, até 37% do diesel vendido nos postos tem misturas irregulares, com percentuais de biodiesel menores do que os 14% obrigatórios atualmente.
Essa redução da mistura nas fraudes acontece para que o fraudador tenha um lucro maior na venda do diesel ao consumidor.
Atualmente, essa fraude pode gerar cerca de R$ 0,31 por litro para o fraudador, já que o valor médio do litro do biodiesel fica em cerca de R$ 1,60 acima do preço do litro do diesel tipo A, antes da mistura.
Se a ANP atender ao pedido das empresas distribuidoras, a obrigatoriedade da mistura cai por 90 dias, até que a agência compre novos espectrofotômetros, que permitem a realização de testes de mistura imediatamente, sem a necessidade de envio de amostras para laboratórios.
A ANP tem realizado mais fiscalizações, e chegou a fechar algumas distribuidoras por conta da mistura irregular, mas no momento só tem um equipamento para realização de testes em todo o país, o que é insuficiente.
Estatísticas das distribuidoras mostram que o consumo de diesel subiu no Brasil no início de 2025, enquanto o biodiesel teve vendas menores, o que indica que a mistura não esteja sendo feita da maneira correta.
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