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Governo deve investir em ferrovias visando agenda sustentável

Por Portal Be News

Atualizado em: 23 de julho de 2024 às 18:31

CÁSSIO LYRA


Para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, é preciso investir no setor ferroviário, que emite 85% de dióxido de carbono a menos do que o modal rodoviário, ressaltou Davi.

Foto: Grupo Brasil Export


Davi Barreto destacou que o setor emite 85% de dióxido de carbono a menos do que modal rodoviário


O presidente da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Davi Barreto, afirmou que a política de sustentabilidade dentro do setor de transportes passa por uma agenda pública de investimentos nas ferrovias, que se apresenta mais sustentável no comparativo com o modal rodoviário.

A declaração de Barreto ocorreu durante um dos painéis técnicos do Norte Export, Fórum Regional de Logística, Infraestrutura e Transportes, encerrado nesta terça-feira (23), em Palmas. O tema principal do debate foi a descarbonização.

Em números, a matriz de transporte de cargas no Brasil foca no modal rodoviário, responsável por 70% deste tipo de operação, enquanto que as ferrovias representam 21%. Porém, para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, é preciso investir no setor ferroviário, que emite 85% de dióxido de carbono a menos do que o modal rodoviário, ressaltou Davi.

“Se a gente migrar 1% da nossa matriz de transportes para as ferrovias, isso teria um impacto de 2 milhões de toneladas de carbono a menos emitido por ano. É muita coisa. A pergunta que fica é: como a gente convence o setor a gastar mais com ferrovias e hidrovias, tendo em vista essa agenda global que o país quer ser líder”, comentou.

Segundo o executivo, as hidrovias e, principalmente, as ferrovias, precisam entrar na agenda pública de investimentos do Governo Federal.

“Hoje, as ferrovias não são elegíveis ao Fundo Clima, do BNDES. Não se pode captar esse recurso. Temos que levar esse convencimento ao governo brasileiro, da importância de entender que as rotas tecnológicas, as soluções para mudanças climáticas no país devem olhar o nosso contexto. Poucos setores da economia, sobretudo de transportes, tem potencial de impacto tão grande na redução de gases efeito estufa como as ferrovias”, explicou.

Segundo Barreto, o Fundo Clima, que financia projetos para o combate à mudança do clima e desenvolvimento sustentável, possui um recurso limitado e existe grande competição. “É uma discussão muito mais de priorização dos diferentes atores da economia para esse fundo do que propriamente um preconceito com as ferrovias. O que tentamos levar ao governo é a importância do setor ferroviário nessa agenda e o potencial que ele tem”.

O painel contou com ainda com a participação do Diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Felipe Queiroz, do Gerente Geral de Relações Institucionais da VLI, Anderson Abreu, da QHSSE Coordinator da Jan De Nul Group, Raissa Neves, e do Presidente da Agência Tocantinense de Regulação, Controle e Fiscalização, Matheus Pereira Martins.

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