Governo incorpora todos os estados às Rotas de Integração Sul-Americana
- Fenatac Comunicação

- 30 de jul.
- 4 min de leitura
Portal Be News
Atualizado em: 30 de julho de 2025 às 9:20
Da Redação

Nova etapa amplia o escopo territorial e econômico da iniciativa, conectando as 16 unidades federativas não fronteiriças à agenda de infraestrutura e comércio regional
O Governo Federal oficializou na segunda-feira (28) a incorporação de todas as unidades da Federação ao projeto Rotas de Integração Sul-Americana. Com a publicação do Relatório 2025, produzido pelo Ministério do Planejamento e Orçamento, o programa passa a incluir as 16 unidades federativas que não fazem fronteira com outros países da América do Sul, ampliando o escopo logístico, econômico e geopolítico da estratégia de integração regional.
A nova etapa detalha a inserção dessas regiões no planejamento logístico nacional, com foco na articulação das cadeias produtivas brasileiras às rotas comerciais do continente e na ampliação do acesso à costa do Pacífico. Até então, o projeto contemplava prioritariamente os 11 estados fronteiriços.
“O projeto Rotas de Integração Sul-Americana entra em sua terceira fase de construção. Expande a perspectiva das Rotas para além dos 11 estados de fronteira, incorporando ao debate da integração as 16 unidades da Federação não fronteiriças. Elas representam 36% do território brasileiro, 73% do PIB e 74% da população do Brasil”, afirmou a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Com mais de 3,1 milhões de km², essas unidades da Federação representam um terço do território nacional, área superior à de qualquer país da América do Sul individualmente. Reúnem cerca de 150,9 milhões de habitantes e possuem relações comerciais consolidadas com os países vizinhos. Em 2024, exportaram US$ 24,3 bilhões e importaram US$ 16 bilhões da região sul-americana.
Atualmente, 52% das exportações brasileiras para a América do Sul ocorrem por rodovias, sendo que os estados não fronteiriços respondem por 66% desse volume. O estado de São Paulo lidera as transações, concentrando 62% das exportações e 29% das importações realizadas por essas unidades. Somado a Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, o Sudeste representa 87% das vendas e 84% das compras.
“Em 2025, olhar para a América do Sul e para o Pacífico é uma necessidade concreta. Nos últimos 25 anos, o mundo mudou radicalmente. Por um lado, houve uma fortíssima expansão da dinâmica econômica, produtiva, financeira e comercial da China e seu entorno. Pela primeira vez, os principais sócios comerciais do Brasil estão no Pacífico. Ao mesmo tempo, os portos brasileiros no oceano Atlântico podem servir de pontos de escoamento para a produção de bens dos países vizinhos, destinados à Europa ou à África. Assim como as Rotas Bioceânicas levam o Brasil ao Pacífico, elas também trazem os países sul-americanos ao Atlântico”, destacou o secretário de Articulação Institucional do Ministério do Planejamento, João Villaverde.
Consulta pública
A incorporação dos novos entes federativos decorre de um processo de consulta pública que envolveu governos estaduais, ministérios, autarquias, órgãos de controle e representantes do setor produtivo. A partir desse diálogo, foram mapeadas ações em curso ou previstas no Novo PAC com potencial de articulação às Rotas. Uma das propostas em estudo é a criação de uma Sala de Situação para monitoramento e acompanhamento das entregas com maior precisão.
“O objetivo desta terceira etapa foi abrir um canal de diálogo com os entes públicos e privados das unidades da Federação que não fazem fronteira internacional, para identificar oportunidades e promover articulações. A intenção é fortalecer laços comerciais já existentes, ampliar iniciativas voltadas à comercialização de bens e serviços e identificar novas possibilidades de troca com os países da região”, afirmou Villaverde.Segundo o relatório, a interiorização do programa está alinhada aos princípios da política nacional de desenvolvimento, com foco na integração funcional dos espaços logísticos e produtivos do território. A proposta visa também reposicionar o Brasil na geoeconomia da América do Sul, superando a lógica histórica de concentração exclusiva nas rotas atlânticas.
“A integração regional e a conexão eficiente do Atlântico com o Pacífico poderão ser o meio de gerar os resultados positivos esperados em termos de emprego, renda, inclusão e melhoria das condições sociais e políticas. Portanto, as Rotas de Integração Sul-Americana desempenham função primordial no Brasil e na América do Sul, na construção de pilares democráticos sólidos, de desenvolvimento, com inclusão social, sustentabilidade ambiental, soberania e segurança”, declarou a ministra Simone Tebet.
Características
Cada uma das unidades não fronteiriças apresentou propostas alinhadas às suas características produtivas. No Sudeste, por exemplo, destacam-se iniciativas para a instalação de polos de exportação industrial, fortalecimento do setor automotivo e ampliação de exportações de insumos farmacêuticos. No Nordeste, foram priorizadas ações ligadas às cadeias produtivas regionais e ao turismo. Já no Norte e Centro-Oeste, a ênfase recai sobre a integração modal e o fortalecimento da infraestrutura ferroviária e rodoviária.
Projetos das fases anteriores e da atual etapa já contam com recursos do Orçamento Geral da União, do BNDES e de investimentos privados. Novas fontes de financiamento foram identificadas, como os Fundos Constitucionais de Financiamento (FCFs) e ações incluídas nos Planos Plurianuais dos estados.







Comentários