Um dos principais problemas para a adoção massiva de caminhões elétricos no setor de transportes é o preço. A tecnologia é muito cara, podendo custar cerca de três vezes o valor de um caminhão similar movido a diesel. Além disso, a autonomia é baixa, e os caminhões precisam de longas horas para recarga após 350 km rodados.
Mas uma empresa norte-americana, a Revoy, criou uma solução que acaba com os dois problemas de uma vez, usando uma dolly elétrica entre o cavalo e a carreta. Com isso, qualquer caminhão, independente do ano de fabricação, se torna um modelo elétrico, que pode operar exclusivamente com energia por até 320 km. Se a energia acabar, o motorista pode voltar a usar o motor diesel.
De acordo com a empresa, o tempo de implementação da tecnologia nos cavalos mecânicos é de apenas três minutos, reduzindo o consumo de combustível em mais de 30%.
Após conectado, o sistema garante uma autonomia de 320 quilômetros, com baterias de 525 kWh de capacidade. O dolly elétrico usa um motor elétrico e um eixo diferencial, montado em um chassi próprio. Dentro de uma estrutura que fica sobre o pino-rei, estão o sistema de controle e as baterias. O acoplamento é feito normalmente, pela quinta-roda.
Além do ganho em consumo, o sistema de tração elétrica permite ao caminhão maior eficiência em aclives acentuados, aumentando a velocidade média das viagens. Em declives, o sistema elétrico funciona como um freio, gerando energia que é acumulada nas baterias.
A empresa garante que a tecnologia é inteligente, reduzindo riscos de derrapagens, especialmente em condições de neve e gelo, o que evita o famoso “L” na carreta. Também há sistemas de detecção de pontos cegos e diversos sensores, que enviam alertas ao caminhoneiro por meio de um aplicativo no celular.
Para evitar que o caminhoneiro fique horas parado para recarga das baterias, a Revoy criou um sistema de troca, onde o caminhoneiro desengata a dolly descarregada e engata uma nova, com as baterias cheias. A empresa afirma que o tempo desse serviço é menor do que o abastecimento dos tanques de diesel.
Atualmente, a tecnologia está em teste, e as primeiras estações de troca da dolly estão sendo desenvolvidas. O que não fica bem claro é sobre o peso extra nos caminhões, e também o excesso de comprimento, já que a dolly é bastante longa.
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