No primeiro trimestre, Sebrae apresentou saldo positivo na abertura de empregos em Goiás e recorde em criação de novas empresas na comparação aos últimos cinco anos — 8,7 mil de janeiro a março
Por Jornal Opção
10/05/2021
Com a crise econômica e de saúde que o Brasil vive, a taxa de desemprego aumentou e a renda de muitas famílias diminuiu consideravelmente. Uma oportunidade encontrada para muitos foi a abertura do seu próprio negócio e tornar microempreendedor individual (MEI), um profissional autônomo que passa a ter CNPJ, ou seja, tem facilidades com a abertura de conta bancária, obtenção de crédito e emissão de notas fiscais, além de ter obrigações e direitos de uma pessoa jurídica.
O diretor-superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos de Souza Lima Neto, explica que o MEI é o empresário formalizado cuja empresa fatura até R$ 81 mil por ano, ou seja, a média de R$ 6,75 mil por mês; não pode ter participação em outra empresa como titular ou sócio e precisa ter, ainda no máximo um empregado contratado que receba o salário mínimo ou o piso da categoria. Em Goiás, são 413.552 MEIs, o que representa 3,5% do total nacional (11.916.041): 28% estão em Goiânia (117.346) e 45%, na região metropolitana (184.259).
Desde 2010, Goiás possui entre 3,5 e 3,8% dos MEIs inscritos no Brasil. O perfil do microempreendedor no Estado tem predominância masculina (45% dos MEIs são mulheres). No primeiro trimestre deste ano, o Sebrae apresentou ao Estado saldo positivo na abertura de empregos. Foram 39,8 mil empregos gerados e um recorde na abertura de empresas, se comparado aos últimos cinco anos. Goiás abriu 8,7 mil empresas de janeiro a março.
A faixa etária do MEI em Goiás segue a mesma proporção da realidade nacional. A maior concentração está entre 21 e 50 anos, que somam 77% do total. A faixa de maior incidência é a de 31 a 40 anos, com 30% do total de MEI no Estado de Goiás.
Chocolates
Isabela Cristina de Oliveira dos Santos, 27 anos, confeiteira microempresária, trabalha na venda de chocolates, brigadeiros e bolos. Apaixonada pela cozinha e por doces desde criança, em 2012 começou seu negócio ainda na época da faculdade para complementar a renda e arcar com os custos universitários. Em 2018, abriu oficialmente a empresa Chocolatudo.
“Em 2020 abri o MEI. Mas ainda no final de 2018 eu já comecei a fazer cursos no Sebrae. No ano seguinte, fiz um curso maravilhoso para mulheres empreendedoras. Aprendi sobre gestão, finanças, marketing e como contatar clientes. Hoje eu cuido de tudo da minha empresa e amo muito o que eu faço. Tive insegurança para abrir o MEI, achei que seria muito difícil e complicado. Mas o Sebrae me guiou e foi bem tranquilo e simples. E até hoje conto com a ajuda e sempre encontro respostas para o meu negócio”, conta Isabela.
Para Isabela, que sempre trabalhou de carteira assinada, o MEI é uma segurança profissional. “Se acontecer qualquer coisa comigo, um acidente, por exemplo, posso ter um auxílio-saúde ou algo assim. Tenho no futuro uma possível aposentadoria. Hoje eu tenho um mínimo de segurança, com um valor de taxa muito acessível – no meu caso, 56 reais. O MEI é uma ideia genial para quem quer empreender”.
De acordo com os dados disponíveis pelo Sebrae Goiás, o microempreendedor individual tem direito a auxílio-maternidade; afastamento remunerado por problemas de saúde; aposentadoria; enquadra no Simples Nacional e fica isento dos tributos federais (Imposto de Renda, PIS, Cofins, IPI e CSLL); com CNPJ, pode abrir conta em banco e tem acesso a crédito com juros mais acessíveis.
“As pessoas não podem nunca desistir dos sonhos. Tem muita gente para dizer que não vai dar certo. É importante a gente acreditar na gente. E um trabalho difícil e aos poucos vamos vendo os resultados, o que nos deixa muito felizes”, Isabela Cristina, empresa Chocolatudo
O Sebrae Goiás destaca que, quanto à forma de atuação, 45% dos inscritos como MEI que trabalham em estabelecimento fixo; são 22% pelo porta a porta/ambulante; 13% trabalham pela internet; 10% em local fixo, fora da loja; 6% com televendas; 3% com Correios e 1% com máquinas automáticas.
Antônio Carlos de Souza Lima Neto pontua que, acima de tudo, o MEI é um processo de formalização do trabalho e da sua atividade profissional. “Há um enquadramento da disponibilização, por exemplo, de acesso a linhas de crédito e atendimento de ações de fomento e desenvolvimento deste profissional no segmento de qualificação e no aperfeiçoamento da sua formação.”
Nessa perspectiva, o diretor-superintendente destaca que se tornar um MEI garante, sobretudo, o reconhecimento da atividade como um pequeno negócio. “O Sebrae tem uma participação muito importante na missão de contribuir com o desenvolvimento desse público e de guiar o microempreendedor para que tenha todos os benefícios da formalização da atividade desenvolvida, fortalecendo os pequenos negócios e contribuindo para aumentar a competividade e o desenvolvimento desses negócios”.
Na comunicação, via MEI
Suellen Ramos Gouveia é relações públicas, pós-graduada em Gestão e Práticas de Recursos Humanos e em Marketing e Inteligência Competitiva. Além de especialista em estratégia e planejamento, com foco em pessoas, conexões e experiências, trouxe para o mercado uma agência de comunicação e marketing, a Audere Conecta, que tem como propósito conectar marcas aos seus públicos, por meio de estratégias e ferramentas de comunicação, de forma a gerar experiências de marca que possibilitem que o cliente atinja suas metas e objetivos institucionais e comerciais.
“Atuamos com o processo completo de comunicação da empresa (desde a consultoria à execução) ou com serviços específicos. Nosso diferencial está no olhar estratégico e no foco ao objetivo exato do cliente, seja ele institucional ou comercial”, revela Suellen.
A empreendedora conta que lançou a empresa no mercado em março deste ano, já formalizada como MEI. “Eu trabalhava como CLT até fevereiro deste ano. Quando decidi dar um novo rumo a minha carreira, já havia decidido que iniciaria formalizada e o MEI foi a melhor opção.”
Para Suellen Ramos Gouveia, a formalidade influencia diretamente no padrão de atendimento e no perfil dos clientes. “Eu nunca quis trabalhar na informalidade. Assim, sendo formalizada, amplio meus horizontes, oferecendo aos clientes a segurança que precisam em termos contábeis/fiscais, facilidades em termos de pagamento/ recebimento, conta jurídica e outros benefícios que apenas são possíveis sendo formalizada.”
Mesmo ainda vivendo o período da pandemia de Covid-19, a especialista em estratégia e planejamento tem o objetivo de crescer de maneira sustentável, em formato de home office, gerando emprego e renda para agência e clientes. “Atendo empresas de todos os portes, inclusive pequenas empresas, e quero que eles cresçam por meio do trabalho de comunicação estratégica que oferecemos. Meu objetivo é ver meus clientes atingirem suas metas e superarem suas expectativas.”
Os pequenos negócios têm uma representação muito grande dentro de Goiás, diz Segundo Antônio Carlos. O Estado conta com 678. 580 mil empresas. Destas, 618.190 mil são pequenos negócios e 413.552 deles são MEI. “Nós fomentamos as atividades e as iniciativas junto a este público, principalmente, pela necessidade que nos enxergamos neste primeiro momento da retomada da economia e de uma participação de extrema relevância que os pequenos negócios tem no desenvolvimento da nossa economia em Goiás”.
Semana do Microempreendedor Individual
De 10 a 14 de maio o Sebrae realiza a Semana do MEI em Goiás e no Brasil. Pelo segundo ano, o evento será em edição online, em virtude do período pandêmico. Serão ofertadas diversas capacitações, com temas sobre vendas, oportunidades, ideias que inspiram e orientações especiais para os MEIs e potenciais empresários.
A programação é gratuita e diversificada com palestras, mentorias, entregas de ferramentas práticas de gestão de um pequeno negócio, oficinas e seminários para melhorar os negócios, além de orientação empresarial sobre gestão, inovação e finanças, obrigações e benefícios do microempreendedor individual. As inscrições podem ser feitos no site do Sebrae Goiás.
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