29/03/2021
A demora na compra de vacinas e o consequente atraso na imunização estão exasperando prefeitos e governadores. O noticiário dá conta de mais de 305 mil mortos no País, enquanto a vacinação continua sendo a melhor indicação das autoridades sanitárias em todo o mundo. Da compra à distribuição, a vacinação sofre alguns percalços burocráticos. Mesmo que normas sanitárias sejam bem-vindas em prol da segurança do que está sendo injetado nas pessoas, quanto mais rápida for a imunização melhor para as pessoas e, em consequência, com menos hospitalizações e prevendo-se, então, um desafogo nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs).
Depois que prefeitos e governadores se uniram para a compra de vacinas onde elas estiverem disponíveis para aplicar nas respectivas populações dos seus municípios e estados, eis que chegou a vez do empresariado também se unir, seguindo outras campanhas feitas com sucesso.
Dois empresários já se prontificaram a doar 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para o Sistema Único de Saúde (SUS). As condições que colocaram é que desejam separar doses para aplicar diretamente em seus funcionários, o que, até agora, é proibido, pois as doses devem ser entregues para o Plano Nacional de Imunização (PNI). O Congresso aprovou lei determinando que todas as doses adquiridas pelo setor privado sejam doadas ao SUS. Também o número de doações em dinheiro, bens e serviços voltou a crescer neste mês de março, de acordo com a Associação Brasileira de Captadores de Recursos, instituição que mantém o Monitor das Doações Covid-19.
Mesmo se entendendo a prioridade da aplicação em geral e de acordo com faixas etárias, como tem ocorrido de maneira organizada em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), ambas do SUS, e outros pontos nas cidades, estamos falando de milhões de doses e, certamente, cerca de 10%, no máximo, seriam destinados, diretamente, aos empregados das grandes organizações.
Agora, é possível comprar vacinas com autorização para uso emergencial ou registro pela Anvisa. Os empresários, conforme a regra, têm direito de comprar o imunizante, desde que doem 100% aos SUS até que seja concluída a vacinação dos grupos prioritários, como idosos e profissionais de saúde. Depois disso, a empresa será obrigada a doar 50%. Mas, uma liminar da Justiça suspendeu a obrigatoriedade do repasse à rede pública. O melhor é que o Instituto Butantan anunciou as primeiras fases de testes da ButanVac, produzida integralmente no Brasil, sem insumos estrangeiros. É tudo o que se quer, urgentemente.
Comentarios