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Com a chegada da rede 5G, todos se preparam para uma internet mais veloz e prática, mas a instalação será concentrada nos grandes centros. Para quem passa muito tempo nas estradas, o cenário continua o mesmo.
Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que apenas 4,32% do território brasileiro possui cobertura 3G e 12,45% o 4G, e a porcentagem de cobertura por moradores ultrapassa os 90%.
A quinta geração de internet traz a expectativa de maior estabilidade nas comunicações, de velocidade no download e de envio de arquivos. A novidade visa melhorar a qualidade das transmissões de vídeos e reduzir o atraso que acontece nas redes mais antigas.
Eduardo Ghelere, diretor executivo da Ghelere Transportes, comenta como o 5G influencia no transporte de cargas: “A mudança é que vamos conseguir trafegar com dados mais altos e automaticamente conseguiremos ver a câmera em tempo real nos caminhões. Hoje conseguimos ver com o 4G, mas é ruim. Não há uma revolução, é só uma melhoria que vai dar um passo a mais no tráfego de dados”.
Apesar da extensão do sinal e da facilidade de acesso nos municípios, é importante lembrar que os cidadãos também estão nas rodovias ao longo do Brasil, seja realizando passeios, viagens a trabalho ou exercendo sua profissão. Neste último caso, o uso de tecnologia é ainda mais expressivo, pois a comunicação pelo celular e o monitoramento do veículo através do rastreador reforçam a segurança no setor de transporte, além de possibilitar o acompanhamento ininterrupto da carga.
Eduardo potencializa que a cobertura nas pistas traria maior vantagem para a categoria de transportes. “Não adianta ter o 5G nos grandes centros, se para o nosso setor não impacta tanto quanto ter o 3G na beira da pista. Temos um caminhão que raramente quebra, mas se acontece é no fim de semana, onde o celular não tem sinal e o motorista precisa andar um quilômetro para falar que o veículo quebrou. Sabemos que ele está parado, mas não sabemos se ele está na beira da pista ou num posto de gasolina.”
Os rastreadores necessitam de uma conexão mínima 3G para funcionar e possibilitar o monitoramento e a segurança da carga e do transportador. O risco da inexistência de sinal para pedir ajuda é preocupante para veículos menores também, em casos de acidentes ou de falhas mecânicas. A Anatel prevê a instalação do 5G nas rodovias, mas não oferece detalhes e deixa uma data muito longe para que essa modernização aconteça.
O diretor da Ghelere destaca a importância do investimento para assegurar a proteção nas estradas e a prestação de ajuda assim que o problema for detectado. “Eu gostaria de dar um passo para trás e ter a obrigatoriedade, minimamente, do 3G em todas as rodovias federais, que são menos extensas que as estaduais, pois temos o rastreador, e se o caminhão quebrar o motorista tem um WhatsApp que funciona para pedir ajuda.”
A modernização acontece diariamente, e as novas tecnologias simplificam cada vez mais os processos. Essa busca por avanço é benéfica. No entanto, antes de promover melhorias para setores específicos da sociedade, é necessário avaliar se as condições presentes já estão niveladas, caso contrário essas melhorias podem deixar a maior parte da sociedade em desvantagem enquanto apenas uma parcela pequena é beneficiada.
Já temos Wi-Fi instalado em todas as unidades para os motoristas, fizemos um avanço na conexão interior e teremos melhoria também fora das unidades. É a evolução natural da tecnologia, nada de revolucionário, mas que facilita tarefas cotidianas”, finaliza Eduardo.
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