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Artigo – Carretas tanque e o deslocamento do líquido nos aclives

Imagem de Image FX
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Durante a passagem pelos aclives parte do peso sobre o semirreboque (qualquer tipo de carroceria) é transferido da dianteira para os eixos traseiros. Como o peso atua sempre na vertical, ao percorrer uma rampa, o peso é reduzido no pino-rei, e, por consequência, na tração do caminhão-trator à medida que é transferido para os eixos do semirreboque.

Essa transferência, que depende das dimensões do veículo e da inclinação, impacta na capacidade de vencer o aclive, gerando, eventualmente, a tendência de patinar os pneus de tração.


Fonte: Blog do Caminhoneiro
Fonte: Blog do Caminhoneiro

No caso do semirreboque tanque essa transferência do peso é potencializada pelo deslocamento do líquido para a traseira, especialmente na configuração de compartimento único.

Fonte: Blog do Caminhoneiro
Fonte: Blog do Caminhoneiro

Dependendo do volume no tanque (ou seja, dependendo da densidade do líquido e da altura da seta de carregamento) o vazio pode variar de 4% até mais de 10% do volume nominal e esse espaço “muda de formato” na rampa. A superfície fica com o formato de uma “unha”, conforme a ilustração em azul escuro a seguir.

Fonte: Blog do Caminhoneiro
Fonte: Blog do Caminhoneiro

Esse deslocamento do líquido obviamente transfere o Centro de Gravidade – C.G. da carga para trás, afetando a distribuição do peso entre o pino-rei e os eixos da carreta: ou seja, reduz o peso na dianteira e aumenta na traseira.

Fonte: Blog do Caminhoneiro
Fonte: Blog do Caminhoneiro

Além do volume cheio, o deslocamento do C.G. também é afetado pela inclinação da rampa: quanto maior, maior será a transferência do peso. O gráfico abaixo ilustra, para um modelo de um tanque hipotético (50m3), o deslocamento do C.G. do líquido nas rampas com inclinações entre 1º (1,75%) e 7º (12,3%).


Fonte: Blog do Caminhoneiro
Fonte: Blog do Caminhoneiro

Esse deslocamento alivia o peso sobre a 5ª-roda de acordo com o Gráfico ilustrado na figura a seguir. O que fatalmente pode comprometer a capacidade de vencer a rampa.


Fonte: Blog do Caminhoneiro
Fonte: Blog do Caminhoneiro

Isso explica as eventuais dificuldades de vencer uma rampa, especialmente nos dias de chuva (baixo atrito), com os conjuntos de PBTC maior e tracionados com o caminhão-trator 6×2.

Conhecer esses limites para cada configuração de rebocado e de caminhão-trator ajuda a evitar problemas nas rodovias, desgaste acentuado nos pneus da tração e danos na transmissão.



Artigo do Engenheiro Rubem Penteado de Melo, DSc. – Doutorado | Pontifícia Universidade Católica do Paraná

 
 
 

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