Costumo dizer que sou francês com o coração brasileiro, e o fato de ter crescido em outro país, havendo chegado ao Brasil há uma década, me levou a uma situação curiosa: eu aprendi a cantar músicas infantis em português depois de adulto. As professoras foram desde pequenas as minhas filhas, nascidas em São Paulo. Uma das dezenas de canções que elas me ensinaram sempre me chamou a atenção por um verso simples – “Se essa rua fosse minha”. Um verso que tem tudo a ver com a revolução nas estradas que está acontecendo no transporte rodoviário brasileiro.
No caso da logística, tomaria apenas a licença poética para realizar uma adaptação. Eu cantaria: “Se essa Estrada fosse minha”. E faria isso porque hoje é possível pensar o leva e traz de cargas de norte a sul do país de maneira personalizada. Não exatamente para ladrilhar o trajeto “com pedrinhas de brilhante”, a exemplo da letra. A proposta é combinar informação estratégica, inteligência artificial e capital humano qualificado para elevar a eficiência logística da organização a níveis jamais vistos. A Estrada já é, nesse sentido, minha e sua também.
Na nova era logística, não existe caminho desconhecido, nem estratégia ou processo que escape do olhar e do alcance das empresas. Com apoio da tecnologia para análise de inúmeros dados simultâneos, a empresa retoma 100% o domínio sobre sua jornada do frete, verificando em tempo real os acertos e o que pode ser aperfeiçoado a cada quilômetro percorrido. Sem delegar a tarefa a terceiros, reúne informações com capacidade inédita de interpretá-las, ganhando agilidade e poder de decisão.
Com ferramentas que funcionam como uma torre de controle de ponta a ponta, a empresa escolhe o que é melhor para si, sem risco de que a informação se perca. Monitora a carga, o transporte, a segurança do motorista e as condições do percurso nas estradas. Acessa a melhor agenda de entregas e as melhores rotas, estabelecendo uma estratégia logística inteligente, que evita rodar com o caminhão vazio. Assim, reduz as despesas com combustível, a emissão de CO2, o volume de tráfego e o desgaste físico e emocional dos próprios caminhoneiros. Um novo modelo que diminui os custos de contratação do frete em até 20% comparado ao padrão analógico tradicional.
As rodovias se tornaram nossas, pois passamos a reunir mais e mais informações precisas sobre elas, contribuindo para a excelência da performance e do compliance. Tornaram-se personalizadas porque, com a mensuração e uso de dados, atendem com exatidão ao que as organizações precisam para ganharem competitividade. A tecnologia chega a aumentar dez vezes a base de caminhoneiros à disposição para frete.
A partir de processos altamente digitalizados e um rigoroso sistema de checagem, as empresas encontram mais facilmente os motoristas acostumados aos trajetos e aos materiais que desejam carregar, com os veículos adequados a cada tipo de carga. Dessa forma, personalizam também o relacionamento com o profissional, contratando pessoas em melhores condições de entregar um serviço de excelência. Com tudo isso, a Estrada em que você transporta uma carga passa a ser a Estrada que você sempre quis percorrer. O estudo da consultoria McKinsey Next in Personalization indica que 71% dos consumidores esperam se relacionar de forma personalizada com uma marca, enquanto 76% se frustram quando isso não acontece. A rodovia do futuro está sendo construída para entregar experiências personalizadas às empresas, com objetivo de acelerar crescimento, tornar a logística mais sustentável e humana. E você? Agora que a Estrada é sua, o que gostaria de mandar fazer?
Artigo de Thomas Gautier, que tem duas décadas de experiência em grupos internacionais e assumiu como CEO do Freto em 2021. O executivo iniciou sua carreira na França e tornou-se CFO da Repom, no Brasil, em 2013. Em 2017, virou diretor-geral da Repom e, em 2018, passou a ser Head de Logística do Grupo Edenred, quando, em sua gestão, o Freto nasceu. Desde o início de 2022, o Freto assumiu a gestão do Clube da Estrada, maior plataforma do país de apoio a Caminhoneiros.
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