Entre avanços técnicos e desafios sociais, Túnel Santos-Guarujá divide atenções no Congresso
- Fenatac Comunicação
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Portal Be News
Atualizado em: 27 de outubro de 2025 às 9:32
Aline Becketty

Audiência de comissão da Câmara tratou do planejamento urbano, das desapropriações e dos efeitos ambientais do futuro empreendimento
Os preparativos para a construção do túnel submerso entre Santos e Guarujá (SP) e os impactos sociais esperados com a futura obra foram o centro dos debates em uma audiência pública da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados. Parlamentares, técnicos, gestores públicos e representantes do setor portuário discutiram na última semana o estágio atual do projeto, que ainda não entrou em fase de execução, além de temas como o reassentamento das famílias atingidas, os efeitos ambientais e o planejamento urbano da região que será diretamente afetada pela construção do primeiro túnel imerso da América Latina, orçado em R$ 6,8 bilhões.
O projeto, considerado um dos mais relevantes da infraestrutura nacional, deve beneficiar cerca de 78 mil usuários por dia, conectando as duas margens do estuário santista e integrando o sistema viário da Baixada Santista.
Presidente da audiência e autor do requerimento para sua realização, o deputado Leônidas Cristino (PDT-CE) afirmou que o texto técnico do projeto “está maduro o suficiente para seguir adiante”, mas defendeu que todas as etapas sejam acompanhadas “com transparência e responsabilidade social”.
Durante a audiência, o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI), Mário Povia, chamou atenção para a complexidade das obras simultâneas que serão executadas na região. “A principal preocupação é o volume de frentes de trabalho acontecendo ao mesmo tempo. É preciso garantir planejamento rigoroso para evitar sobreposição e riscos na execução”, alertou.
Os representantes das prefeituras de Santos e Guarujá reforçaram a importância de que o avanço da obra seja acompanhado de medidas de justiça social e sustentabilidade. O prefeito Rogério Santos informou que as desapropriações ocorrerão com base em valores de mercado e que novos conjuntos habitacionais deverão estar prontos até agosto do próximo ano.
A Autoridade Portuária de Santos também participou do debate e destacou que o túnel contribuirá para a redução das emissões de CO₂ e para melhorias urbanas no entorno do porto.
Apesar das preocupações com os impactos sociais e logísticos, técnicos e engenheiros defenderam que o empreendimento representa um salto estrutural para a mobilidade e o desenvolvimento urbano da Baixada Santista, integrando áreas hoje separadas pela travessia de balsas e facilitando o deslocamento de trabalhadores, turistas e cargas.



