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Estado de São Paulo registra 11 roubos ou furtos de cargas por dia

Imagem de Rafael Brusque Toporowicz / Blog do Caminhoneiro
Imagem de Rafael Brusque Toporowicz / Blog do Caminhoneiro

Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 2.726 boletins de ocorrência envolvendo carga, no Estado de São Paulo, sendo 87% roubos, 11% furtos e 2% receptação, uma média de 11 crimes por dia. Os dados são do Boletim Tracker-Fecap, que acaba de ser finalizado com um amplo estudo econômico sobre a evolução do roubo e furto de cargas no Estado, entre janeiro de 2022 e agosto de 2025. Neste período, houve redução de 44% nas ocorrências. Ainda assim, São Paulo continua sendo o epicentro nacional desse tipo de delito.


Variação Percentual Acumulada (Base: 2022)

Período

Variação

Fator Explicativo

2022-2023

-4,2%

Estabilização inicial

2023-2024

-22,3%

Aceleração da queda

2024-2025

-24,7%

Consolidação da tendência

Acumulado 2022-2025

-44,0%

Mudança estrutural

Variação Mensal Comparativa (Jan-Ago)

Mês

2024

2025

Variação Absoluta

Variação %

Janeiro

419

350

-69

-16,5%

Fevereiro

416

319

-97

-23,3%

Março

420

302

-118

-28,1%

Abril

419

334

-85

-20,3%

Maio

460

309

-151

-32,8%

Junho

374

243

-131

-35,0%

Julho

358

250

-108

-30,2%

Agosto

380

257

-123

-32,4%

TOTAL

3.246

2.364

-882

-27,2%

Na média mensal de eventos desde 2022, novembro e dezembro lideram. O que coloca o país em alerta. “O último trimestre do ano é o momento em que o país acelera. As estradas ganham mais caminhões, as entregas disparam, e o comércio vive a intensidade da Black Friday, do Natal e das grandes festas de fim de ano. É o período em que o transporte de cargas cresce, a logística trabalha no limite e neste momento os riscos também aumentam”, afirma o gerente de Comando e Monitoramento do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.


Concentração geográfica


O estudo revela que mais de 45% dos roubos ocorrem na capital paulista, com destaque também para Guarulhos, Osasco, São Bernardo do Campo, Praia Grande e Campinas. “Esses polos urbanos e logísticos concentram grande fluxo rodoviário e operações de transporte, tornando-os alvos prioritários de ações criminosas”, explica o pesquisador da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP) responsável pelo estudo, Erivaldo Vieira.


Top 10 Cidades do Estado de São Paulo

Município / Circunscrição

Qtde

Qtde (%)

S. Paulo

1257

46,11%

Guarulhos

198

7,26%

Osasco

76

2,79%

Cotia

66

2,42%

Itapecerica da Serra

62

2,27%

S. Bernardo do Campo

58

2,13%

Embu das Artes

52

1,91%

Juquitiba

51

1,87%

S. André

48

1,76%

Miracatu

47

1,72%

Praia Grande

42

1,54%

Carapicuíba

37

1,36%

Tipos de cargas mais visadas


As cargas de alimentos lideram o ranking das mercadorias mais visadas pelos criminosos, com 31,58% de todos os registros. Esse número indica que bens essenciais e de giro rápido — facilmente escoados no mercado informal — permanecem como o principal alvo das quadrilhas.

As cargas mistas (9,35%) ocupam a terceira posição, após ‘outros tipos’ – ou sem categoria específica. “Por envolverem mercadorias de diferentes naturezas no mesmo veículo, podem representar alvos mais ‘rentáveis’ para os criminosos, por agregarem produtos variados e de revenda fácil”, avalia Erivaldo Vieira.

Entre os produtos específicos, destacam-se os cigarros e fumo (7,74%) e as bebidas (5,36%), ambos tradicionalmente associados à alta demanda no comércio informal. Esses números reforçam a percepção de que criminosos priorizam mercadorias de consumo rápido, alta circulação e baixa rastreabilidade.

Itens mais especializados, como eletroeletrônicos (3,19%), autopeças (2,53%) e farmacêuticos (2,20%), aparecem em percentuais menores, mas não devem ser subestimados. Embora menos frequentes, esses produtos possuem maior valor agregado por unidade, podendo gerar prejuízos expressivos às empresas vítimas.

Já as áreas têxteis, de madeira/móveis e de produtos químicos (1,54%) apresentam ocorrência reduzida, possivelmente devido a características logísticas (menor transporte urbano, maior especialização) ou menor liquidez no mercado paralelo.


Cargas: Tipos de Bens Mais Roubados

Grupo

Quantidade (QTDE)

Percentual (QTDE %)

Alimentos

861

31,58%

Outros tipos

641

23,51%

Carga mista

255

9,35%

Cigarros/fumo

211

7,74%

Bebidas

146

5,36%

Eletroeletrônicos

87

3,19%

Metalúrgicos

76

2,79%

Autopeças

69

2,53%

Madeira/móveis

61

2,24%

Farmacêuticos

60

2,20%

Têxteis

57

2,09%

Químicos

42

1,54%

Total

2726

100,00%

Há uma maior incidência de eventos em cargas de menor valor unitário, embora com grande volume agregado. Aproximadamente 37,6% das ocorrências envolvem montantes de até R$ 20 mil. Por outro lado, também há registros relevantes de mercadorias com valores expressivos (entre R$ 200 mil e R$ 800 mil).


Dados sobre roubo de Carga no período de Janeiro a Agosto de 2025

Valor da Carga

QTDE

QTDE %

Sem Informação

488

17,90%

De R$ 10.001,00 a R$ 20 mil

455

16,69%

De R$ 5.001,00 a R$ 10 mil

321

11,78%

Até R$ 5.000,00

251

9,21%

De R$ 20.001,00 a R$ 30 mil

236

8,66%

De R$ 30.001,00 a R$ 40 mil

143

5,25%

De R$ 200.001,00 a R$ 400 mil

135

4,95%

De R$ 400.001,00 a R$ 50 mil

118

4,33%

De R$ 100.001,00 a R$ 150 mil

114

4,18%

De R$ 50.001,00 a R$ 60 mil

95

3,48%

De R$ 400.001,00 a R$ 800 mil

70

2,57%

De R$ 150.001,00 a R$ 200 mil

57

2,09%

Total

2.726

100,00%

Para o gerente do Grupo Tracker, os próximos meses “exigem uma postura proativa, tecnológica e estratégica. O foco passa a ser o reforço das ações preventivas, o monitoramento de alertas de risco com inteligência analítica e a resposta imediata a eventos suspeitos”, conclui Vitor Corrêa.

 
 
 

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