A Scania apresentou, na semana passada, sua mais recente novidade na linha de caminhões a gás, o novo G460 X-Gás, um modelo com potência de 460 cavalos, e dez tanques, suficientes para viagens de até 650 quilômetros. A apresentação pública do novo pesado acontece a partir de hoje, na Agrishow, em Ribeirão Preto-SP.
Além da nova potência, a mais alta do mercado nacional para modelos a gás, a Scania também atualizou a versão anterior, que tinha 410 cv, para 420 cv. Os novos caminhões poderão sair de fábrica como cavalos-mecânicos 4×2, 6×2 e 6×4, podendo operar, na potência mais alta, com composições tipo rodotrem, de 74 toneladas.
“Vale o grande destaque para o Scania GH 460 6×4, que representa a entrada definitivamente da marca na atuação no Agro com produtos a gás. Trata-se de um marco para a Scania e para o mercado”, afirma André Gentil, gerente de Vendas de Soluções a frotistas da Scania Operações Comerciais Brasil.
Além da potência mais alta, o caminhão também tem alto toque, de 2.300 Nm. Para comparação, o modelo diesel equipado com motor Super de 13 litros e 460 cavalos de potência tem torque de 2.500 Nm. Isso garante que a versão a gás entregue praticamente a mesma performance, com redução de custo total de operação e nível de ruídos muito mais baixo.
Falando da autonomia, ela foi obtida com a instalação de dez tanques de gás. São oito instalados nas laterais do chassi, e mais dois na parte traseira da cabine. Com essa configuração, a cabine escolhida para o modelo é a GH, de piso mais baixo, porém com teto alto, garantindo conforto para o motorista.
Outra novidade é o câmbio. A partir de agora, toda a linha Scania a gás, com potências entre 280 e 460 cavalos, utilizarão a nova caixa de câmbio G25CM, que também equipa os modelos da linha Super, e garante trocas de marchas mais rápidas, maior robustez e menor atrito interno, além de ser mais leve até 75 kg que a GRS905, usada anteriormente.
O caminhão também conta com freio auxiliar hidráulico Scania Retarder como opcional, que pode ser integrado à G25 e oferece 4.700Nm de torque máximo de frenagem e potência máxima de 500kW.
Na versão de 460 cavalos, o entre eixos é reduzido, para 3.600 mm, permitindo o engate de carretas com até 15.4 metros, para o transporte de 30 pallets.
Motor ciclo Otto
Os motores dos caminhões a gás são diferentes dos modelos diesel, que têm a ignição por compressão. Nesses caminhões, o ciclo é o Otto, que utiliza velas de ignição, como ocorre nos automóveis. Uma das mudanças mais perceptíveis para o motorista é a redução de ruídos trazida por esse sistema. E também, diferente dos modelos diesel, que tem bicos injetores de combustível, os caminhões a gás tem a injeção integrada ao sistema de admissão dos motores, por usar combustível gasoso.
O uso de gás também melhora significativamente a quantidade de gases poluentes emitidas pelos caminhões. O uso do gás natural permite uma redução significativa de poluentes na atmosfera. Se o caminhão for abastecido de biometano a redução de emissões de CO2 pode chegar a até 90%.
Os benefícios também estão ligados diretamente à saúde da população em razão da diminuição de óxidos de nitrogênio (NOx) e de material particulado, que são muito inferiores na comparação ao diesel.
Segurança
Outro ponto de destaque dos caminhões é a segurança. Apesar de certa resistência de alguns motoristas, os modelos a gás são tão seguros quanto modelos diesel, especialmente porque os tanques de gás utilizam um sistema com válvulas que monitoram a pressão, vazão e temperatura dos tanques. Se qualquer parâmetro for ultrapassado, as válvulas entram em ação, podendo liberar o gás para a atmosfera ou bloquear totalmente um possível vazamento.
Para se ter uma ideia, desde 2019, quando a Scania começou a vender os caminhões a gás no Brasil, já foram vendidas mais de 1.000 unidades, e até agora não existe nenhum registro de incidentes por problemas nos tanques de gás, entre outros.
Preço
A Scania não destacou o preço dos novos caminhões a gás, mas já tem clientes interessados, e a primeira venda já foi realizada. A Logás S/A, de Minas Gerais, adquiriu 20 unidades do G460 6×2, para transporte de gás para regiões onde não existem gasodutos.