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O volume de fretes rodoviários registrou um aumento de 6,7% no terceiro trimestre de 2024 no Brasil, em comparação ao mesmo período de 2023. Os dados foram coletados pela Frete.com, maior plataforma online de transporte de cargas da América Latina. Entre julho e setembro deste ano, foram analisados mais de 3,5 milhões de fretes na plataforma da Frete.com.
Os setores de construção civil – com aumento de 25,4% – e o de produtos industrializados – 9,3% a mais de fretes no trimestre de 2024 – foram os responsáveis por puxar o crescimento no terceiro trimestre. Enquanto isso, o agronegócio registrou queda de 1,2% no período.
“A tecnologia tem se mostrado uma grande aliada para o setor de Transportes e percebemos isso, com os constantes aumentos do volume de fretes rodoviários registrados em nossa plataforma. O processo digital de busca e contratações de fretes tornou-se mais rápido, eficiente e seguro, com diversos investimentos que temos feito para ajudar tanto as transportadoras quanto os caminhoneiros autônomos. Utilizando Inteligência Artificial, otimizamos as contratações e precificação dos fretes, além da alta segurança da plataforma, que garante uma melhor experiência aos usuários”, destaca Federico Vega, CEO da Frete.com.
Cimento puxa crescimento
O crescimento de 25,4% no setor de construção civil teve como grande destaque o transporte de cimento, que representa 68% dos produtos transportados no setor dentro da plataforma. Os fretes do produto aumentaram em 45,4%, com destaque para Minas Gerais (crescimento de 70%), estado que movimenta 88% dos fretes de cimento na plataforma.
Os dados da Frete.com seguem o ritmo do mercado, já que segundo pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria de Cimento (SNIC), as vendas de cimento em setembro seguiram em curva ascendente totalizando 5,8 milhões de toneladas, um crescimento de 10,4% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano (janeiro a setembro), os números também foram positivos, alcançando 48,7 milhões de toneladas, aumento de 3,8% comparado a igual período do ano passado.
“Isso mostra que o mercado imobiliário brasileiro segue aquecido, sendo o grande consumidor de cimento. Com isso, a comercialização de materiais de construção está em alta, além do financiamento imobiliário que também demonstra crescimento. A confiança do consumidor vem subindo, garantindo que o setor de construção civil permaneça aquecido ao longo do ano”, declara o CEO da Frete.com.
O setor de produtos industrializados também garantiu a alta no volume de fretes no terceiro trimestre deste ano. Entre os principais produtos estão os alimentícios, com aumento de 4,1%, e as máquinas e equipamentos, com crescimento de 12,4%.
No agro, milho puxa a baixa
O agronegócio registrou baixa de 1,2% por consequência do milho, que demonstrou queda de 19,5% no volume de fretes no terceiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar disso, a soja teve pequena alta de 1,5% e os fertilizantes registraram crescimento de 6%.
Segundo boletim de setembro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de milho foi estimada em 115,72 milhões de toneladas, incluindo as três safras do produto, é 12,3% abaixo da produzida em 2022/23.
Dados da Frete.com demonstram que houve quedas no volume de fretes do milho nas regiões Sul (-34,1%), Centro-Oeste (-17%) e Sudeste (-3,9%).
No caso da soja, a região Sul puxou a alta, com crescimento de 19,9% no volume de fretes. Porém houve baixas no Centro-Oeste (-25,8%) e Sudeste (-8,7%).
De acordo com o Sistema Oficial de Extração de Estatísticas do Comércio Exterior Brasileiro de Bens (Comex Stat), entre janeiro e setembro de 2024, o Brasil registrou crescimento tanto nas exportações quanto nas importações de soja, em comparação com o mesmo período do ano anterior, ao contrário do que foi observado com o milho. Os portos da região Sul lideraram o volume de embarque e desembarque da oleaginosa.
Já os fretes de fertilizantes, por sua vez, registraram um aumento de 6% no terceiro trimestre, após uma queda de 3,8% no primeiro semestre. Dados da Agência Nacional para a Difusão do Adubo (Anda) mostram que o mercado para o produto enfrenta um déficit, uma vez que, de janeiro a agosto deste ano, o volume de fertilizantes entregues ao mercado caiu 2%.
Entre as regiões, Sul registrou alta de 8.9% e Sudeste de 7,2%. Já o Centro-Oeste registrou queda de também 7,2%.
“Apesar de problemas pontuais em algumas regiões, a previsão para a safra de 2024/2025 é positiva, já que o Brasil deverá produzir 322,47 milhões de toneladas de grãos, aumento de 8,3% em comparação à última safra”, pontua Vega.
Fretes por estados
Entre as regiões, o Nordeste foi o que mais apresentou crescimento, com 17,7%, seguido do Sudeste (16,7%) e Sul (6,3%). Com as dificuldades do agronegócio, o Centro-Oeste acabou fechando o semestre com queda no volume de fretes de 14,9%.
Puxado pelos fretes do cimento, o estado de Minas Gerais teve a maior alta (25,5%), seguido por Santa Catarina (12,1%), Paraná (9,9%) e São Paulo (6,6%). Estados do Centro-Oeste tiveram quedas: Mato Grosso do Sul (-20,9%), Mato Grosso (-11,2%) e Goiás (-13,1%).
“Os setores de construção civil e industrializados ajudaram a aumentar os fretes nos estados das regiões Sudeste e Sul, porém a queda na força do agronegócio no terceiro trimestre prejudicou os resultados no Centro-Oeste. Contudo, acreditamos que até o final do ano isso pode mudar, com o agro vindo mais forte para a próxima safra”, complementa o CEO da Frete.com.
Metodologia
Os dados têm base no fluxo de dados da Frete.com. Com mais de 900 mil caminhoneiros cadastrados e 25 mil empresas assinantes, os fretes publicados na plataforma cobrem 99% do território nacional.
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