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Hackers conseguem atacar caminhões pelos tacógrafos nos Estados Unidos



Caminhões podem ser alvo de ataques cibernéticos por meio dos tacógrafos. É o que destaca uma pesquisa realizada pela Universidade Estadual do Colorado, nos Estados Unidos, mostrando uma série de vulnerabilidades encontradas nos dispositivos ELD’s (electronic logging device), que faz o registro da jornada de trabalho dos motoristas profissionais por lá.


O dispositivo é semelhante ao tacógrafo usado no Brasil, mas é conectado, enviando informações diretamente para os órgãos de trânsito e para as empresas. Esse sistema é conectado ao sistema eletrônico dos caminhões, e mede o funcionamento do motor, movimentação do veículo e outros dados, para que as horas de trabalho sejam registradas de forma ininterrupta.

De acordo com a pesquisa, o problema é justamente na conexão de dados existente nos ELD. Com um profundo conhecimento técnico em invasão de sistemas, os hackers podem assumir o controle dos caminhões, acelerando ou freando o veículo, ou mesmo roubar dados, bloquear todos os veículos de uma frota, além da possibilidade de inserir vírus e outros softwares maliciosos nos caminhões e ônibus equipados com os dispositivos.

Atualmente, não há uma exigência de um sistema de segurança para esses dispositivos eletrônicos, e as fabricantes não investem em tecnologias por conta própria, deixando portas abertas que podem ser exploradas pelos hackers.

Dispositivos de registro eletrônico rastreiam horas de uso do motor, dados de movimento do veículo e distância percorrida. Esses registros são então usados ​​por reguladores e autoridades policiais para rastrear práticas operacionais seguras, como garantir que os motoristas descansem o suficiente.

De acordo com a pesquisa, esses sistemas podem ser acessados por dispositivos sem fio, com sinais do tipo Bluetooth ou Wi-Fi. Com o acesso ao caminhão, o hacker pode controla-lo remotamente, ou mesmo instalar softwares maliciosos, que pode ser enviados para outros veículos, mesmo com o caminhão em movimento.

Os autores do artigo destacaram que todas as descobertas foram compartilhadas, inicialmente, com os fabricantes dos dispositivos, e também com a Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos EUA, para que os problemas fossem solucionados antes da publicação do artigo.

O risco, além do ataque diretamente aos veículos, seria o potencial uso terrorista de caminhões contra instalações e pessoas, já que um cibercriminoso poderia acelerar um caminhão totalmente contra alvos civis e militares, sem que o motorista pudesse fazer nada para evitar.

Nos próximos meses, os testes devem continuar, para confirmar se os fabricantes dos dispositivos implementaram mudanças para sanar todos os problemas encontrados.

Essa tecnologia de ELD ainda não é usada no Brasil, mas é possível que seja adotada em breve, para que o controle de jornada dos motoristas seja mais efetivo.

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