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Queda de produtividade, falta de insumos e alta do diesel afetam o agronegócio

O agronegócio, que tantas vezes ajudou a sustentar o crescimento da economia brasileira, registrou queda no terceiro trimestre e foi o principal responsável pelo resultado negativo do PIB no período.


Por Jornal Nacional

06/12/2021


Foto: Agência Brasil


O campo, que tantas vezes ajudou a sustentar o crescimento brasileiro, registrou queda no terceiro trimestre e foi o principal responsável pelo resultado negativo da economia no período.


O agronegócio está em todos os cantos do Brasil. Já as chuvas, este ano, que estão mais escassas, não. E isso afetou as produções de diversas culturas.


“Essa precipitação impacta na produtividade. Você tem, digamos, uma área que você conseguiria produzir 100 sacos por hectare. Com essa redução de precipitação, essa produtividade reduz. Então, um hectare deveria produzir 100 sacas de milho e passa produzir 60. É uma redução importante, né? Acaba gerando um problema grande na questão dos lucros das propriedades e dos produtores rurais”, explica João Castro, agrometeorologista do Climatempo.


Produtos necessários para o plantio também estão em falta no mercado. A crise energética na China atingiu a fabricação desses insumos, principalmente os defensivos agrícolas.


“O Brasil hoje importa mais de 40% de químicos da China e da Índia, que são os principais produtores. Especialmente na China, com uma restrição em relação à crise energética. O país vem cortando dias de produção das fábricas de químicos para que eles possam atingir as metas de carbono e ela se agrava ainda mais também pela questão de crise logística, pela falta de contêineres para embarcar esses produtos no tempo correto para o Brasil. Os principais produtos já aumentaram quase que 100% desde o início do ano”, diz Henrique Alexandre Mazardo, diretor-executivo de empresa de insumos agrícolas.


Para escoar as safras e distribuir os insumos pelo país, o transporte, que é principalmente terrestre, encareceu com a alta dos preços do diesel.


“O caminhão alimenta tudo em volta da rodovia e o próprio caminhoneiro se quebra. Eu coloquei 500 litros e deu quase R$ 3 mil de combustível. Não tem condições, né? É muito caro”, afirma o caminhoneiro Givanildo Ferreira de Castro.


Esses três fatores: a falta de chuva, a falta de insumos e a alta do diesel, somados ao período de entressafra de grãos no país, resultaram na queda de 8% do PIB agropecuário no terceiro trimestre. Foi o maior tombo do setor desde o começo de 2012, e essa retração tem impacto direto na vida do consumidor.


“Primeiro fator: aumento da inflação. Porque quando o agro vai mal, a produção vai mal, você tem uma dificuldade de adquirir alimentos no Brasil e aí os preços desses produtos alimentícios acabam subindo. Então acaba ficando mais caro o almoço, o jantar, o café da manhã do brasileiro. E também isso impacta na área de energia, no mercado energético, porque o etanol, hoje no Brasil, que a principal fonte é cana-de-açúcar e milho, se os preços sobem, também fica mais caro para você abastecer o tanque de combustível no final da semana”, explica o economista Feliciano Azuaga.

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